O califa Omar, em 642, em nome de Alá, mandou Emir Amr- Ibn- Al, incendiar a famosa Biblioteca de Alexandria, porque, a seu parecer, os ensinamentos do Profeta, reunidos no Alcorão, bastavam. Tudo mais era secundário.
Aconteceu o mesmo às imponentes bibliotecas, do império Asteca e Maia, na época em que Cortez, de forma bárbara e desonesta, destruiu as civilizações.
Livros que reuniam conhecimentos preciosos, serviram para alimentar braseiros de espanhóis e missionários pouco esclarecidos.
Mas são acontecimentos ocorridos em épocas em que os espíritos andavam embrutecidos, e a ignorância grassava, como erva daninha.
O que nos deve admirar é que no século XX, em que a ciência atingiu elevado grau, cenas semelhantes acontecessem, provando que a mente humana não soube acompanhar o desenvolvimento da ciência.
É o caso do derrube das gigantescas e valiosas estátuas de Buda, no Afeganistão.
Mas mais de pasmar é o que sucedeu há cerca de quarenta anos: o nosso Ministério de Educação e Investigação Cientifica, a 17 de Outubro e a 31 de Dezembro de 1974, ordenou a destruição de todos os livros das bibliotecas públicas, que defendessem ou encorajassem ideias fascistas!
E não satisfeitos com a façanha, a Direção Geral de Educação, exigiu que mutilassem as obras que apresentassem pensamentos ou frases do Prof.. Doutor Oliveira Salazar.
Pode-se discordar e até combater ideologias, sejam políticas ou religiosas, mas é descarado desconchavo, queimar, destruir e aniquilar livros, que foram escritos por quem difundiu pareceres opostos ao nosso; porque é prova inefável que se condena a democracia e a liberdade.
A História da humanidade repete-se: violência, homicídios, vinganças, torturas, guerras e terrorismo, não têm fim, porque o “bicho” que atiçou os romanos a levar cristãos para a arena, alimentar crocodilos com crianças, e tratar cativos como animais de carga, é o mesmo que se anicha no coração do homem do século XXI, desde que as circunstâncias o despertem da letargia.
Neros, Hitlers, Lenines e outros endiabrados seres, continuam a “encarnar” em figuras atuais, apesar de dois mil anos da santa doutrina de Jesus.
O Mundo modifica-se, mas o coração do Homem é sempre o mesmo.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
publicado por solpaz às 10:52
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