João Bosco Leal
As vendas cada vez maiores das industrias automobilísticas, e o crédito abundante e com maiores prazos para o financiamento de carros e motos, provoca o imediato crescimento do volume destes circulando pela ruas, e uma das mais visíveis e imediatas consequencias, e de mais fácil constatação, é que estacionar um veículo em cidades brasileiras está se tornando uma verdadeira proeza.
Sem montar estrutura suficiente para esse aumento de fluxo de veículos pelas ruas brasileiras, o governo, que já cobra um volume enorme de taxas e impostos por cada veículo ou moto vendido, aproveita para arrecadar ainda mais, criando outra fonte de arrecadação com a cobrança do estacionamento nas vias públicas, através dos chamados parquímetros.
Dizem alguns políticos que essa cobrança é uma tentativa de inibir o uso de transporte individual, e incentivar o uso do coletivo. Parece bonito mas não é a verdade. A grande maioria dos políticos responsáveis por essas cobranças, não está sequer pensando em que tipo de transporte a população usa.
Pelo que vemos fartamente divulgado atualmente pela imprensa em geral, o interesse destes é, cada vez mais, criar possibilidades de encherem os próprios bolsos, e receber dinheiro das empresas de transporte público para suas campanhas, em troca da facilitação da aprovação do aumento do preço das passagens é só uma delas.
Acordos políticos com essa finalidade, e gordas comissões para a aprovação da empresa que explorará os parquímetros na cidade, certamente é outra das muitas maneiras utilizadas por políticos mau caráter e corruptos, que hoje são a maioria dos que aí estão, esparramados pelos diversos governos, municipais, estaduais, e federal.
O brasileiro que pretende estacionar seu veículo em uma via pública tem de, além de pagar o estacionamento para o governo, para abastecer essa máquina de corrupção, pagar ainda os chamados “flanelinhas”, ou “guardadores de carro” que quando não pagos marcam seu carro e, numa próxima oportunidade o riscam todo. Ou já fazem a ameaça velada quando estacionamos, ao dizer que cuidarão para que “ninguém” risque o veículo.
Soube ontem que um prefeito determinou a retirada de todos estes “trabalhadores” do centro da cidade por ele administrada. Imediatamente foi cobrado por aqueles “defensores dos direitos humanos”, hoje infiltrados em praticamente todas as esferas governamentais, principalmente do Poder Judiciário. Não seria justo, segundo estes membros de entidades privadas, ONGs, e do Ministério Público, retirar o trabalhador da rua, pois todos tem o “direito” de estar em uma via pública, e de “pedir ajuda” ou “esmolas”.
Concordo plenamente, mas pergunto aos mesmos, principalmente os membros do Ministério Público, sejam os da esfera municipal, estadual ou federal, onde está o “meu” direito? O direito do cidadão que comprou seu veículo, pagou todos os impostos dessa aquisição, paga anualmente o IPVA sobre o mesmo, paga o estacionamento público no parquímetro, e ainda é obrigado a se submeter a esse verdadeiro assalto promovido pelos chamados “flanelinhas”? Que “direito humano” é esse? Onde está a “obrigação” humana?
Quando foi que qualquer uma destas “entidades”, ONGs, ou o Ministérios Público, saíram em defesa desses cidadãos extorquidos vergonhosamente nas vias públicas brasileiras? Ou eles não tem “direitos” de serem protegidos contra os roubos ou depredação ocorridas em seus veículos estacionados em estacionamentos “pagos”, mesmo que em via pública? Como brasileiro também não tem “direitos”?
Não pode haver direitos sem obrigações, ou obrigações sem direitos. Todos devem ser iguais perante a lei, assim como previsto em nossa Constituição. Se sou cobrado devo ser protegido. O resto é pouca vergonha.
Fonte: site do João Bosco Leal – clique aqui para conferir
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